Quando os meios justificam os fins

Nem todo meio tem um fim apropriado. Principalmente quando esse meio não precisava de um fim para ser completo. Às vezes não nos interessa a poesia final, a última rima. Queremos o sabor de viajem pela metade. De lanche no meio do caminho. Particularmente, aprecio a conversa na fila de espera. A distração na janela do carro. O que me interessa está além de onde vamos chegar: chegar é consequência do como.


As maiores histórias acontecem nos seus porquês, nos seus quandos. As grandes morais são um desperdício, um resumo plástico daquela sucessão de acontecimentos maravilhosa. Só nos damos conta da história quando a fechamos. Por isso tanto "feliz, mas não sabia". Sabia.


Por isso, sou um grande apreciador do hoje. Ele me dá mais possibilidades que o futuro, que é um aglomerado bagunçado de fins. Nada mais é o futuro se não o que você espera que ele vá ser, o fim de todos os ciclos que estamos vivendo hoje. Mas é hoje que estamos vivendo.


É como esse texto. Foi escrito porque eu queria escrever. Desejava a viagem, e não o destino. Esse texto é mais um dos meus hojes: um meio que não está muito preocupado em encontrar o seu, ou o meu, fim.

Lucas.

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