tag:blogger.com,1999:blog-56982451930800255692024-02-18T18:08:45.754-08:00O Fundo da XícaraLucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-71081373308608156012013-08-19T10:42:00.001-07:002013-08-19T10:42:16.006-07:00Da infinitude da perda<p>A perda não termina em si mesma. Uma vez em contato, ela se espalha, quase que viralmente, por todos os minutos. Toma-lhe no seu bom dia. Deixa-se clara em seus sorrisos, em seu cansaço. Ela finalmente se encontra com você em seu futuro. Faz-lhe acreditar que você já perdeu tudo que você ainda nunca teve. De modo que não há novas pessoas, não há novos amores. Não há novas amizades, novos vizinhos interessantes, nem novos colegas em potencial. Apenas há a perda, que nunca sucedeu, mas que sempre está acontecendo, silenciosa, no seu espírito.</p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-58724049826818957762013-07-26T21:39:00.001-07:002013-07-26T21:39:06.995-07:00Uma visita da ira celestial<p>Aqueles que uma vez te amaram<br />Te amaram uma vez.</p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-28892616512855994432012-12-21T05:55:00.001-08:002012-12-21T05:55:31.055-08:00Grito sem vocativo<p style="margin: 0px; font-size: 12px;"><span style="letter-spacing: 0.0px;">Sob um pano vagabundo, atrás de um véu discreto, podemos encontrar os sentimentos mais incríveis. Sei disso porque já andei por aí fabricando muitos deles, travestindo maravilhas. Maravilhas pessoais, daquelas que não interessam a ninguém ou causam apenas pena. Já tive sentimentos transformados em poemas, em presentes, em indiretas, ora, quem não? Mas essas não são demonstrações, são maquiagens. Meticulosamente organizadas para disfarçarem a beleza natural que as caracteriza. Mas, em certo momento, os poros precisam respirar. Acordar em uma cama confortável e ser simplesmente quem são. Parar de brincar de pique-esconde com a vida.</span></p>
<p style="margin: 0px; font-size: 12px; min-height: 14px;"> </p>
<p style="margin: 0px; font-size: 12px;"><span style="letter-spacing: 0.0px;">Os sentimentos permanecem em segredo, como se fossem, sozinhos, melhor compreendidos. Hoje ainda não é o dia. Não é o minuto. Provavelmente ainda nem é o ano. A verdade é que não tenho perspectiva alguma de quando poderei entregar no devido endereço uma carta a esse respeito. Uma carta que seja mais limpa que minhas trapaças e minhas negações. Por enquanto, ainda é secreto. Um segredo sem nenhum cúmplice. Mas um segredo que, por um breve minuto, pôde gritar de sua cela. Um berro sem nomes, com medo de ser atendido.</span></p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-67543419812233969172012-10-11T08:25:00.001-07:002012-10-11T08:30:13.529-07:00Ciúme<div style="margin: 0px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">As raízes de qualquer sentimento não partem apenas do indivíduo, mas também da sua construção no espaço social e histórico. Uma análise do sentimento de posse para com as pessoas deve respeitar esse processo para ir além do novelesco.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">Falar de ciúme é falar de propriedade privada. O surgimento da propriedade remonta à época que ainda estava surgindo a divisão natural do trabalho, com homens caçando e mulheres cuidando de crianças que esses homens resolviam fazer. Em um primeiro momento, não havia qualquer hierarquia de gênero. O homem foi então desenvolvendo ferramentas e tecnologias como a agricultura, que possibilitaram a produção de excedentes. Como jogar fora bens necessários à sobrevivência nunca fez muito sentido do ponto de vista instintivo, transformou-se em um processo cumulativo, e posteriormente, de troca. Essa troca já era a forma nascente do comércio, do lucro e da hierarquia social.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">O excedente, que se tornou o berço do mercado, permitiu ainda o nascimento da herança. Afinal, não vamos sair distribuindo por aí o nosso trabalho, depois de nossa morte, correto? Correto. E são os interesses de herança que trazem a formação do casamento monogâmico, dando fim ao matrimônio de grupos.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">O ponto de vista do surgimento da monogamia a partir da acumulação de bens suscita uma pergunta interessante: o parceiro, dentro desse sistema, é também um bem? Sim. Porém, extremamente humanizado. A humanização do bem é o que mascara o caráter de posse da relação afetiva. Fazemos isso com namorados(as), cachorros e passarinhos. Tanto que, involuntariamente, aplicamos os queridos pronomes possessivos: meu, minha.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">Para existir a construção da ideia de posse, o objeto ou pessoa deve ter um valor útil ou emocional. Ele deve sanar um problema ou uma situação emocional e sexual problemática. A pessoa parceira monogâmica dá vazão a sentimentos de carência e solidão peculiares, até que se torna um objeto para saciar os mesmos. Assim que fica estabelecida sua função, o ciúme entra em cena.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">Só há um modo de não abrir mão de sua matéria prima sentimental: diversificar os fornecedores. Os interesses emocionais de cada um podem mudar de público, fechar para balanço, etc. É o velho ditado de não guardar seu tesouro em um único cofre. A pessoa que acredita que o capital emocional investido nela diz respeito a ela e não ao outro, trata o afeto como um resultado das boas transações por si estabelecidas e do investimento pluralizado. O mercado é de risco, o emotivo é flutuante e nenhum negócio é infinitamente próspero.</span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px; min-height: 14px;">
<span style="font-family: inherit; letter-spacing: 0px;">Vejo vocês na Bolsa e desejo bons investimentos. ;)</span></div>
Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-68554348255798267972012-08-27T20:02:00.001-07:002012-08-27T20:06:08.190-07:00Corrigindo Ditos Populares III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQb2tTlgbtiJZCWhZXBGoNCg6c8Lu7pZ48XfMliOdpGxw3FHNhvX0v8W4Yh_ps4oTWr2FgsOHrotgh15v5qWenczDMoKbZ6ycy88XKzwQeBZgMqAaCEDdbe7lr4RodAgUAISRRjf3noPWY/s1600/Mexeu+com+o+signo+errado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQb2tTlgbtiJZCWhZXBGoNCg6c8Lu7pZ48XfMliOdpGxw3FHNhvX0v8W4Yh_ps4oTWr2FgsOHrotgh15v5qWenczDMoKbZ6ycy88XKzwQeBZgMqAaCEDdbe7lr4RodAgUAISRRjf3noPWY/s320/Mexeu+com+o+signo+errado.jpg" width="320" /></a></div>
Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-84342853458167306062012-07-30T07:41:00.000-07:002012-07-30T07:41:32.636-07:00Poema para um dia de memória<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 15px; line-height: 22px;"><span style="font-family: inherit;">Quando nasce uma criança da sociedade estabelecida</span></span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: 15px; line-height: 22px;">se perde de vista a perspectiva do primeiro razante</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: 15px; line-height: 22px;">se relega ao jovem a categoria de amante</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: 15px; line-height: 22px;">de uma cidade monogâmica já encardida</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">Se imagina vilão de uma história</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">escrita pela memória dos amores de antes</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">que na sua vida fazem mora</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">e abandonam por ensejo de qualquer momento marcante</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">Hora firme, hora trepidante</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">o sentimento infante pousa no pensamento</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">de que o futuro breve abrandará o sofrimento</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">que outrora era considerado gigante</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">Mas a resposta chega em epifania</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">de que toda cavalaria segue adiante</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">batalha de dia, foge na noite</span></div>
<div style="font-size: 15px; line-height: 22px;">
<span style="font-family: inherit;">e com o açoite, causa o levante.</span></div>
<br />Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-56156131827660970662012-03-30T15:53:00.002-07:002012-03-30T15:53:26.735-07:00Nem todos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhldP_TJyNDlcLpY9HMRcIAYBlSp-hXg13xo7Y-yW06Y3oJ8bW3DR5J4Ds_gu4REm18ae8nDY5uhRmg-aLHT79p3ZKPTFGuWh9plzL5aABUGryHdovV7dFBQc78vO9joFAyORLMeJ9zwEXe/s1600/Nem+todo+amor+engravida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhldP_TJyNDlcLpY9HMRcIAYBlSp-hXg13xo7Y-yW06Y3oJ8bW3DR5J4Ds_gu4REm18ae8nDY5uhRmg-aLHT79p3ZKPTFGuWh9plzL5aABUGryHdovV7dFBQc78vO9joFAyORLMeJ9zwEXe/s320/Nem+todo+amor+engravida.jpg" width="318" /></a></div>
<br />Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-11416730306313147182012-03-14T08:54:00.001-07:002012-03-14T08:54:48.204-07:00Complicadas<p><img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" title="Nós que complicamos.jpg" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg97UtV1D-p4z7mP5IGNfj-D3jMKgjzQh0IZebHP0vqOpTUU6clr3hDXAMOfD0J1m9XQaKAG4gylUbD7aT9EsTb7QAhYK_tsq_HQnZpzaCsSrz09nQDGCU87OwT3eqNNbqLUQS3pIpy9xJX/?imgmax=800" border="0" alt="Nós que complicamos" width="360" height="600" /></p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-23817534094637829982012-03-12T21:37:00.001-07:002012-03-12T21:43:43.286-07:00Quando os meios justificam os fins<p>Nem todo meio tem um fim apropriado. Principalmente quando esse meio não precisava de um fim para ser completo. Às vezes não nos interessa a poesia final, a última rima. Queremos o sabor de viajem pela metade. De lanche no meio do caminho. Particularmente, aprecio a conversa na fila de espera. A distração na janela do carro. O que me interessa está além de onde vamos chegar: chegar é consequência do como.</p>
<p><br />As maiores histórias acontecem nos seus porquês, nos seus quandos. As grandes morais são um desperdício, um resumo plástico daquela sucessão de acontecimentos maravilhosa. Só nos damos conta da história quando a fechamos. Por isso tanto "feliz, mas não sabia". Sabia.</p>
<p><br />Por isso, sou um grande apreciador do hoje. Ele me dá mais possibilidades que o futuro, que é um aglomerado bagunçado de fins. Nada mais é o futuro se não o que você espera que ele vá ser, o fim de todos os ciclos que estamos vivendo hoje. Mas é hoje que estamos vivendo.</p>
<p><br />É como esse texto. Foi escrito porque eu queria escrever. Desejava a viagem, e não o destino. Esse texto é mais um dos meus hojes: um meio que não está muito preocupado em encontrar o seu, ou o meu, fim.</p>
<p>Lucas.</p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-46520828882997384002011-12-11T15:34:00.001-08:002011-12-15T05:42:09.541-08:00Cores de um afago finito<br />
Há de se perguntar qual a cor do tempo. Vermelho como as mentiras de nossas bocas falhas ou azul da cor de nossas esperanças. Negro como o adeus dos acenos ou branco da paz de nossa libertação. Há cor entre nosso tempo, de nossa gente, de nossos amores. Ah, nossos amores, que se encontram nas cores de nossas raivas, de nossos apegos, de nossos devaneios. Eu, que negocio com seus olhares, suas palavras curtas que querem dizer inverdades confortáveis. Eu que negocio com a cor de suas vontades, as meias de seus sapatos, os cheiros dos seus perfumes. Eu que negocio com os invernos da sua alma, que por muitas vezes pensei que não existia. Eu, que navego entre suas dores, dou-lhe presentes, esqueço desamores, desafetos. Eu, que abraço o mundo para te dar um sorriso e abraço teu sorriso para me dar um mundo. Eu, que no meio dos segundos, te faço minuto e te quero anos. Eu, que no infinito de seu sorriso mora o finito da minha quietude. Eu, que no silêncio da noite penso no ruído que você trouxe em meu dia. Eu, que atravesso oceanos para nadar no teu lago. E eu, que ao teu lado, espero deitado um afago mais ou menos demorado.<br />
<br />
Lucas.<br />
<br />
(Versão narrada:<br />
<a href="http://dl.dropbox.com/u/15865634/Cores%20de%20um%20afago%20finito.mp3">http://dl.dropbox.com/u/15865634/Cores%20de%20um%20afago%20finito.mp3</a>)Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-81301906663203787962011-12-08T18:23:00.001-08:002011-12-08T18:23:17.675-08:00Uma questão de orelhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKxCLyFw1xLAEn1szQghuaXZ0ApuEsvqb4d9w2HkaJ2QIipbtqvwRjd7IG1xh7q8dWKUpV7jOWkNuhHGJwnnE98JCWdIe1nf6guusA8H8xbIKUVV0qbz5078ilw3MO8Xl7MUq2yweuDyI3/s1600/Fase+van+gogh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKxCLyFw1xLAEn1szQghuaXZ0ApuEsvqb4d9w2HkaJ2QIipbtqvwRjd7IG1xh7q8dWKUpV7jOWkNuhHGJwnnE98JCWdIe1nf6guusA8H8xbIKUVV0qbz5078ilw3MO8Xl7MUq2yweuDyI3/s320/Fase+van+gogh.jpg" width="309" /></a></div>
<br />Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-34991162106190601982011-11-22T17:16:00.001-08:002011-11-22T17:29:53.334-08:00Aos que não foram<br />
<div class="p1">
Hoje eu queria escrever uma carta aos que ficaram. Uma carta aos que ainda não foram. Que cuidadosamente me acolheram quando eu precisava. Os que seguraram a raiva, quando precisavam me acusar e os que disseram palavras doces quando eu merecia palavras amargas. Os que enfrentaram a fúria dos outros, os que se meteram em confusão, os que foram gratos, os que se perderam pra me achar. Parte do que digo é nada mais do que o sentimento de que eu não mereço nenhuma dessas pessoas. Nenhuma montanha movida ou flecha atirada. Nunca mereci que fosse lutada guerra alguma em meu nome. Nunca mereci prêmio ou medalha de honra. Nunca mereci a coleção de minutos que me foram dedicados ou as palavras que eu sempre ouvi quando eu tinha um sentimento incômodo que necessitava se calar. Não mereci as disputas de espaço e os elogios. Hoje, em um quarto quieto, penso em cada uma dessas poucas pessoas. As poucas pessoas que lerão isso e pensarão: "isso foi escrito pra mim". E foi.</div>
<div class="p1">
<br /></div>
<div class="p1">
Lucas.</div>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-28968516340668672942011-10-09T18:18:00.001-07:002011-10-09T18:19:02.239-07:00Velocidade máxima<p>Duas calçadas, uma faixa de pedestres. Você de um lado, eu do outro. Sinal fechado.</p>
<p>Seu primeiro passo, meu primeiro passo. Seu primeiro sorriso, meu primeiro receio. Longes, andando em direção ao outro.</p>
<p>Suas longas conversas, suas pequenas paqueras. Nossas longas noites. Nossos primeiros beijos. Nossas primeiras brigas. Nossas primeiras incertezas, de começo de faixa.</p>
<p>O primeiro encontro, no meio da faixa, cheio de primeiras cartas, primeiros amores, primeiros primeiros. Cheio de certezas, de lágrimas de felicidade. Cheio de sonhos e de casamentos.</p>
<p>Cada um, se aproximando mais ainda da outra calçada. Lembrando de si mesmo, esquecendo do outro. Dizendo estar cansado, estar magoado. Dizendo estar se sentindo mais sozinho do que quando está só.</p>
<p>Fim de faixa, o sinal avisa que vai abrir. A pressa do não querer ser atropelado. O não olhar pra trás. A urgência, o ato. Pulando listras sem receios.</p>
<p>O sinal abre. Eu na sua calçada, você na minha. E mais de mil carros entre nós.</p>
<p>Lucas.</p>Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-20072201644819798422011-09-27T21:28:00.000-07:002011-09-27T21:28:32.129-07:00Foxy<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwGCQCncg5dHuWCBXeha2YNkAkhJmRixIfBHf40x8aP6jKuCI8zp7ZSfcDhJjcUpvWQLDD_pTKd4ZK24TQc8jRxEkQzodvm7EnPmStCadMHLHs-fvk01WwaDJGcaPUMOTAbtQOWVL_3lUP/s1600/Foxy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwGCQCncg5dHuWCBXeha2YNkAkhJmRixIfBHf40x8aP6jKuCI8zp7ZSfcDhJjcUpvWQLDD_pTKd4ZK24TQc8jRxEkQzodvm7EnPmStCadMHLHs-fvk01WwaDJGcaPUMOTAbtQOWVL_3lUP/s320/Foxy.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Um presente para <a href="https://www.facebook.com/profile.php?id=1210647729">Mari</a>.</div>
=)Lucas Campelohttp://www.blogger.com/profile/15351295700208440050noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-52605655463874453622011-09-10T22:20:00.000-07:002011-09-10T22:21:26.887-07:00Doesn't matter...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2dSA5B8o8rIAyKIqY3QUqTGMd6nyF2FljV6uWPYCeBUzGOHy4aZDUA27i9XWaiRjNMgkIcuz6OakBgj54uBshMjNMRReysKkSohyVgZHrjZlRg2jYwRAk754RyTEQIOV-b9NFI5bi3rY/s1600/regret.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 380px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2dSA5B8o8rIAyKIqY3QUqTGMd6nyF2FljV6uWPYCeBUzGOHy4aZDUA27i9XWaiRjNMgkIcuz6OakBgj54uBshMjNMRReysKkSohyVgZHrjZlRg2jYwRAk754RyTEQIOV-b9NFI5bi3rY/s400/regret.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5650967794209395474" /></a>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-22000599936740089552011-09-08T06:04:00.001-07:002011-09-08T06:12:53.919-07:00Gramática da vida privada<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU-nUhQYw6zQso7lVBm1fZ281FxTvaTaJ59BP3oBHfm1nW8zTpZobzA06K_D6XSYKEya6B64DDR8imE_cwp_vQbo1y7mkNINLkXTwNAqYM71BScwNj9N9fvLUX0aY2daKeurJ3edg4FQs/s1600/Morena_Bar_I_by_Velica.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 231px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU-nUhQYw6zQso7lVBm1fZ281FxTvaTaJ59BP3oBHfm1nW8zTpZobzA06K_D6XSYKEya6B64DDR8imE_cwp_vQbo1y7mkNINLkXTwNAqYM71BScwNj9N9fvLUX0aY2daKeurJ3edg4FQs/s400/Morena_Bar_I_by_Velica.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5649975312838550194" /></a><br /><p style="text-align: justify; "> <!--[if 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Barzinho, pouca luminosidade, sinucas ao fundo. Entreolharam-se e logo rolou um hibridismo, se preposicionaram e em conjunção foram direto ao banheiro, vazio naquelas quartas-feiras. O artigo, bastante feminino, com um aspecto plural, extremamente definido. E o substantivo, aquele danadão, não derivado ou simples, mas sim composto, com toda sua flexão de gênero. O substantivo, apressado, delirando por uma sintaxe e vendo que não havia ninguém por perto, mostra todo o poder do seu adjunto adnominal, fazendo o artigo se sentir quase um vocativo. Estando lá os dois, construindo a voz ativa e a voz passiva, fazendo a métrica e a rima fluírem em uma colocação pronominal perfeita, surge um barulho ao longe. E de repente o banheiro é invadido pelo aposto do bar. Quando o aposto estava pronto pra soltar a maior quantidade de adjetivos e orações adjetivas reduzidas para acabar com todo aquele parêntese dos dois, ele olhou maroto para as curvas deslumbrantes do artigo, e o substantivo, ao perceber isso e notar que é melhor repartir do que quebrar o verbo de ligação, logo sugeriu que eles fizessem uma sintaxe-a-trois. Então o aposto, que não ia perder essa oportunidade, por meio de uma oração coordenada mostrou que seu adjunto também não era brincadeira. E depois de toda essa ligação metalingüística, o aposto disse ao substantivo que não se preocupasse que a interjeição não voltaria a ocorrer, e que a regência que ele tinha bebido mais cedo era por conta da casa. O artigo tratou de colocar todos os seus ligantes de volta, apanhou quatro ou cinco numerais que o substantivo tinha lá deixado e saiu do bar, cabelo desarrumado, vestido mal colocado, sorriso e acento no rosto. </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="text-align: left; "><span>(texto de 2007 que eu resolvi reciclar ;)</span></span></p><p></p><p><span>Lucas.</span></p>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-11331794337842753192011-08-27T11:26:00.001-07:002011-08-27T11:27:27.395-07:00Corrigindo Ditos Populares II<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFqxSpZZX2YU8_UJVipAzSnEDjQshSV2nrQzDNRKP_EwBV3MbL6CQccowx0TiYSEYalJQDr5TwWlNtg5R-amxlC2k-iU6WDKlxOXBSN2RqLx2Hl8S2Wxe9BDmMbuUlYKUy7FYU17AdjyU/s1600/Azar+no+jogo.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFqxSpZZX2YU8_UJVipAzSnEDjQshSV2nrQzDNRKP_EwBV3MbL6CQccowx0TiYSEYalJQDr5TwWlNtg5R-amxlC2k-iU6WDKlxOXBSN2RqLx2Hl8S2Wxe9BDmMbuUlYKUy7FYU17AdjyU/s400/Azar+no+jogo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645604090204774450" /></a>
<br />L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-31313834624371693402011-08-18T07:37:00.001-07:002011-08-18T07:38:12.556-07:00Corrigindo Ditos Populares I<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUmzBbMYvZJ4Pr-oxTJN5LJHfdBxK2lTn7LMq8LUbXAwDofg9O78BkdASRhYVDG4hOBnpIv3jO2fjnbQ1y8qJORYMN8KHaRFKKB2rIzmiFLuDCGTPeOuU70iqhowIw4F7HNIwVrPT_wYk/s1600/Expectativa.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUmzBbMYvZJ4Pr-oxTJN5LJHfdBxK2lTn7LMq8LUbXAwDofg9O78BkdASRhYVDG4hOBnpIv3jO2fjnbQ1y8qJORYMN8KHaRFKKB2rIzmiFLuDCGTPeOuU70iqhowIw4F7HNIwVrPT_wYk/s400/Expectativa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642205274555793778" /></a>
<br />L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-73713807323662404532011-08-14T10:57:00.000-07:002011-08-14T11:34:22.527-07:00Contato de primeiro grau<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_VN9cSDMppb_Imd0KMhPdFJeBQNe6OCL3TL18s8uin5kDWlmcnSkAumqjmdkVx8cy7zhmtvrNJMkO9lCI1cGvwzrdXruTaf1bCppzdM1CeDeNZkIkwC6MosO9nBBrAn21ITZCjDTDvxs/s1600/ef4374c8a694bba23962f46f93d4857d.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_VN9cSDMppb_Imd0KMhPdFJeBQNe6OCL3TL18s8uin5kDWlmcnSkAumqjmdkVx8cy7zhmtvrNJMkO9lCI1cGvwzrdXruTaf1bCppzdM1CeDeNZkIkwC6MosO9nBBrAn21ITZCjDTDvxs/s400/ef4374c8a694bba23962f46f93d4857d.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5640776046708900626" /></a>
<br /><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:arial;font-size:small;"><div>Entre duas pessoas há sempre uma lágrima pronta para ser liberta. Um sinal de alegria ou de tristeza, pela distância ou proximidade. Qualquer que seja a distância entre duas pessoas, essa é um precipício; do tamanho de uma mão, do esticar de um braço. Estamos a um passo de estarmos completamente distantes de qualquer pessoa. Amada pelo alcance de nosso abraço, perdida pela distância de nosso carinho. Centímetros de distância entre os olhares, quilômetros de longitude entre os sentimentos. Sorrisos atalhos de simpatia ou simpatias atalhos de sorriso. Finitamente limitados pela individualidade. Finitamente limitados por nossos limites.</div><div>
<br /></div><div>O medo de ser um conjunto vão de dois. Uma frivolidade emocional e passageira. Acima de tudo, medo de ser passageiro, e não motorista. O medo da perda de algo que nunca se teve, do tamanho de um carinho, de um conforto, de um afago. Do tamanho da menor distância entre nós dois. O receio da maior distância entre nós dois.</div><div>
<br /></div><div>Não há saída. Há que sermos paralelos. Ou então, seremos perpendiculares.</div><div>
<br /></div>"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca"</span><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:arial;font-size:small;">
<br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:arial;font-size:small;">Lucas.</span></div>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-73486796158795870362011-08-01T19:44:00.001-07:002011-08-01T19:46:22.448-07:00Tricotamos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4l-XNVFeaRlrbBnDPVRhOEkCHlmIVwlQTBNnCUm8yMH20zQ1Wy7j3qh7sOs2yq-MD-TRqCvi3JU2jt3xA1pwwZTPbZ-iFGojBzydFskpZYSIHFrnGzRoTdQPDY5pQoyUi2XTFzIWLk_4/s1600/Costuramos.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 278px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4l-XNVFeaRlrbBnDPVRhOEkCHlmIVwlQTBNnCUm8yMH20zQ1Wy7j3qh7sOs2yq-MD-TRqCvi3JU2jt3xA1pwwZTPbZ-iFGojBzydFskpZYSIHFrnGzRoTdQPDY5pQoyUi2XTFzIWLk_4/s400/Costuramos.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5636084364788411634" /></a>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-53448860604985837452011-07-25T16:16:00.001-07:002011-07-25T16:24:22.983-07:00Protege Moi<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKS6uOfVbPBFpAtGf4zk6tdR9_LR9FSWHDOAi_jR6hKpR5clezToGyRZRLsO18kFcaWYpzUzsvApononQFx0Qivvltemp7wJZRMyTuTV4W5-Rv8YvkNq8VjIALSaDdwREPpLk8LjxIFLY/s1600/arvre+assina.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 314px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKS6uOfVbPBFpAtGf4zk6tdR9_LR9FSWHDOAi_jR6hKpR5clezToGyRZRLsO18kFcaWYpzUzsvApononQFx0Qivvltemp7wJZRMyTuTV4W5-Rv8YvkNq8VjIALSaDdwREPpLk8LjxIFLY/s400/arvre+assina.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633434404259833458" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /></div>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-32295140088591533612011-07-11T12:26:00.000-07:002011-07-11T12:27:42.372-07:00O medo...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmalGIayUIynxIy0xOE7sWR_qxUgrKYqQSmos5iIdCOzrbnV1weTxyQgBU45Ldf8LSOrKQqSUbeYi2-bLFteoGa-nbqcrGYUzzJDFkVdaNHAxgFtoGCHzcLEAQ64USYrxNaCF_uRvoBzo/s1600/Lobo.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 311px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmalGIayUIynxIy0xOE7sWR_qxUgrKYqQSmos5iIdCOzrbnV1weTxyQgBU45Ldf8LSOrKQqSUbeYi2-bLFteoGa-nbqcrGYUzzJDFkVdaNHAxgFtoGCHzcLEAQ64USYrxNaCF_uRvoBzo/s400/Lobo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628178524823445026" /></a>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-71850262499372732652011-06-30T08:07:00.001-07:002011-06-30T08:07:19.892-07:00Texto endereçado a ninguém<p class="MsoNormal">Hoje quis escrever um texto endereçado a ninguém. Um texto cheio de nuances e de indiretas, boas e más. Um texto com verdades. Escritas da forma mais sutil possível. Um texto sem coragem de ser dito aos quatro ventos, nem de se manter calado. Um sentimento que é secreto, mas fofoqueiro. Uma decepção que é viva, mas lacônica.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Esse texto teria outras palavras queridas. E algumas doloridas. Seria doce nos termos e amargo no sentido. Seria um abraço com um grito no ouvido. Um aperto de mão que dói. Um beijo pós-café. Seria até Augusto dos Anjos, mas com mais Anjos do que Augustos. Viria num papel velho, mesmo sendo recente. Não seria assinado por falta de necessidade. Não seria endereçado porque não ia haver mais de uma carapuça a se vestir.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Esse texto está mais ou menos escrito no meu pensamento. Está mais ou menos escrito em um blog. Mas está muito mais escrito na minha pele, que ardeu até virar cicatriz e, por não ter endereço, ficou com o dono.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Lucas.</p>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-27814418744921560912011-06-05T14:54:00.001-07:002011-06-05T14:54:53.234-07:00Coffee Break<p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">Era um sábado meio morno e parcialmente amargo, com no máximo uma colher de chá de açúcar.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>A mesinha de esquina daquela cafeteria era a minha favorita, e de vez em quando, por ventura, eu parava lá, mas não naquele dia. Havia um casal que discutia aos berros e que me fez pensar se é melhor ser servido quente ou gelado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">Lembro bem que a moça gritava incontrolavelmente, como se tivesse bebido 1400 mg de cafeína. Dizia saber que ele passeava com outra menina e que ela era mulata, dengosa e cheirosa. Lembro também de ele se desculpar dizendo que era só uma amiga, que o mais próximo que chegaram foi algo como um aperto de mão e meio abraço. E aí que aconteceu a monstruosidade. Em um surto que, de certo, foi desesperado, a moça pegou com vontade uma xícara que eu conhecia a muito tempo e jogou contra a parede, despedaçando uma antiga amizade minha.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">Olhando aquilo tudo de meu pires de porcelana, me coloquei a pensar como os humanos são mesquinhos. Eu mesma já tinha passado por muitas lavouras. Centenas de pessoas já tinham colocado em mim a boca e bebido com prazer o café que eu proporcionava. Isso nunca diminuiu o deleite em seus olhos e o suspiro que exalavam. Era por isso que eu me perguntava por que tantos clientes insistiam em ter um outro só pra eles.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Mas, depois de tanto refletir entre uma bandeja e outra, eu consegui colher uma resposta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">Os humanos tem um buraco profundo. Um tão vasto vazio, que eles precisam encher com alguma coisa e, muitas vezes, essa coisa é alguém. De repente, eles começam a achar que precisam desse par para ser um só; e esquecem que eram um só antes disso. É um problema que ando chamando de “O outro sou eu”. É uma ideia tão maluca que tenho até vergonha de vir aqui compartilhar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt;line-height:150%"><span style="font-family:"Times New Roman","serif"">Outro dia eu descobri que os próprios humanos sabiam do que eu estava falando. Eles usam palavras diferentes para falar sobre isso: ciúmes, traição e fidelidade. Sempre com um “meu” antes de tudo, falavam “meu namorado e amante”. Até hoje, acho graça disso. Continuo eu aqui, completando o meu vazio com café e servindo as bocas repletas de outras línguas. E os humanos continuam lá, enchendo o vazio com apenas um alguém, que vai embora depois.</span><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-justify:inter-ideograph; text-indent:36.0pt"><o:p> Lucas.</o:p></p>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5698245193080025569.post-72790528753980551482011-05-24T07:32:00.001-07:002011-05-24T07:32:26.220-07:00Neuro-exército<div style="margin-top: 3px; margin-right: 6px; margin-bottom: 3px; margin-left: 6px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font: normal normal normal 12px/normal Helvetica; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); color: rgb(0, 0, 0); text-align: left; word-wrap: break-word; -webkit-nbsp-mode: space; -webkit-line-break: after-white-space; font-family: 'Trebuchet MS'; font-size: medium; "><div id="ectocontent"><p>Existem aquelas dores que não perecem. Que marcham ao nosso lado, convidando-se a tomar o arbítrio, quando assim for conveniente. Essa autoridade é um trauma de infância ou trauma de adulto. É algo que foi, ou alguém que foi, ou até um tempo desaparecido ou uma grande decepção. Sempre há esse anti-herói que está pronto para nos colocar em situações que nos deixam sem mãos, ou braços ou pernas. E sem cabeça.<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; ">E, por mais arteiros que sejam os marinheiros do meu navio, e todos os motins que a anarquia lhes permite, são eles, que a meu mando, navegam dois ou três oceanos repletos de marinhas monstruosidades e intemperanças pluviais. Minhas dores e medos são meu exército, que diariamente deseja assumir o controle de meu Estado. E para cada soldado das minhas faculdades mentais, e cada guerreiro de minha sentimentalidade, dou um bom dia dedicado, mostrando todos os dentes, oferecendo um pedaço de pão do meu café da manhã.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; ">Porque eu sei, que ao final do dia, quando eu estender meu corpo em um leito duro ou macio, são esses mesmos soldados que me fazem dormir em paz na dor. Ou, até mesmo, em dor na paz.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; ">- Dedico esse texto ao meu pai, que é a maior saudade que eu sinto na vida.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p>Lucas. </o:p></p></div></div>L. Azevedohttp://www.blogger.com/profile/06469355442221560761noreply@blogger.com0