Contato de primeiro grau


Entre duas pessoas há sempre uma lágrima pronta para ser liberta. Um sinal de alegria ou de tristeza, pela distância ou proximidade. Qualquer que seja a distância entre duas pessoas, essa é um precipício; do tamanho de uma mão, do esticar de um braço. Estamos a um passo de estarmos completamente distantes de qualquer pessoa. Amada pelo alcance de nosso abraço, perdida pela distância de nosso carinho. Centímetros de distância entre os olhares, quilômetros de longitude entre os sentimentos. Sorrisos atalhos de simpatia ou simpatias atalhos de sorriso. Finitamente limitados pela individualidade. Finitamente limitados por nossos limites.

O medo de ser um conjunto vão de dois. Uma frivolidade emocional e passageira. Acima de tudo, medo de ser passageiro, e não motorista. O medo da perda de algo que nunca se teve, do tamanho de um carinho, de um conforto, de um afago. Do tamanho da menor distância entre nós dois. O receio da maior distância entre nós dois.

Não há saída. Há que sermos paralelos. Ou então, seremos perpendiculares.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca"

Lucas.

4 comentários:

Lara disse...

Talvez a distancia entre duas pessoas que se gostam, seja apenas aquela necessária para que tenhamos nossas próprias idéias e individualidades. Se não conseguirmos nos achar, fica difícil encontrar as outras pessoas ao nosso redor...
Às vezes nos sentimos sós e acabamos questionando a falta de carinho... Nossa pele se rende ao pessimismo da falta de arrepios... Mas não podemos deixar que nossa solidão ocupe mais do que aquele quartinho de 2m² que oferecemos do nosso coração... Temos que lembrar da suíte guardada para o amor...
Enquanto o inquilino não chega, vamos ocupando o cômodo com nossos convidados de honra (aqueles que aparecem do nada e ficam pra sempre no lado esquerdo do peito) =)

L. Azevedo disse...

Amém. E que a solidão ocupe menos de 1 metro quadrado.

Mas e os convidados de honra? Tocam ou não tocam?
=)

=*

Débora disse...

Pensando um pouquinho...percebo que sou a favor de paralelos. Não é pra ser ruim, é pra se estar ao lado de quem a gente quer perto. Não pra fazer um cruzamento, porque sempre há de ser dois. Mesmo que dois se entrelacem e estejam sendo um por algum tempo, serão sempre dois. E isso que é bonito, conseguir se entrelaçar. É um mistério sobre o qual já escrevi: paralelos que se tocam. Deve ser isso que a gente tanto quer...porque não dá pra criar uma intersecção, se for assim a gente se parte, e o que se quer é ser inteiro com o outro. Né, amor? Há de ser assim. :)

L. Azevedo disse...

Amor, você disse tudo. É exatamente assim, mesma hora, mesmo local, mesmo sentimento. =*